O projecto audiovisual intitulado imergir na paisagem para resgatar raízes, foi desenvolvido na 3ª Edição Residência Criativa Audivisual UPCycles 2022, em duas semanas com as tutoras Ângela Ferreira e Rita Rainho.
 

      Em 1953, contrariando os dados de género da emigração encontrados nos arquivos, Ana, a minha avó paterna, partiu com 22 anos para São Tomé com um contrato na mão.

Volvidos dois anos, foi a vez de Vitória, a minha bisavó materna, que com 25 anos seguiu o mesmo destino com um filho no regaço.

        Não se conheciam.
        E nunca se chegaram a conhecer.

        Desenharam a mesma rota com o sonho comum que o contrato prometia.
        Um futuro, no mínimo estável, em São Tomé e Príncipe.

        Tal sonho nunca fora realizado.

        Envolvidas em condições desumanas decidiram começar mais uma vez do zero, apesar do número de filhos no colo ter aumentado, partiram novamente à procura de uma vida digna.

         Desta vez as linhas da vida seguiram direcções distintas.
         A avó Ana chegou a Angola nos anos 60.
         Do percurso da bisavó Vitória pouco ou nada sei. Sei que chegou a Moçambique em 1958, o ano em que nasceu a minha avó materna que nunca cheguei a conhecer.

link: faculdade de belas-artes da universidade de lisboa » upcycles — Exposição da 3ª edição da Residência Criativa Audiovisual (ulisboa.pt)

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